“Ao contrário de outras condições, como pessoas que têm problemas cardíacos graves, que é crônico, mas não necessariamente incapacitante, a doença de Alzheimer faz que os familiares precisem estar engajados no tratamento do paciente. Isso faz que a qualidade de vida dessa pessoa se estenda por mais tempo após o início da doença e os sintomas demorem mais a evoluir”, explica Viviane Abreu, terapeuta ocupacional e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).
O tratamento não farmacológico da doença de Alzheimer – a parte do tratamento que não envolve medicamentos, que também são importantes – é feito principalmente pelos cuidadores, ou seja, as pessoas responsáveis por não isolar o paciente com a doença dos contatos sociais (em um primeiro estágio) e de, como o próprio nome diz, cuidarem fisicamente do indivíduo quando o estágio mais grave se instalar. Mesmo quando há cuidadores pagos – como cuidadores de idosos ou enfermeiros – a família ainda é peça fundamental para lidar com a doença.
“Os indivíduos com Alzheimer caminham no sentido de perder autonomia. Os cuidadores e os familiares precisam estimular que a pessoa com a doença exercite as suas capacidades que ainda estão ativas pelo maior tempo possível. É importante também que essas pessoas não interrompam seus contatos sociais”, diz Viviane.
Tarefas instrumentais – que exigem uma maior complexidade mental, por exemplo – são algumas dessas capacidades que precisam ser exercitadas. Nesses casos, exemplifica a especialista, o cuidador precisa supervisionar para que não ocorra nenhum acidente. Outra coisa é estimular tarefas que já eram habituais e de baixa complexidade, como fazer compras em estabelecimentos comerciais próximos de casa. “Nesse caso, fazer uma lista de compras e cuidar para que as pessoas conhecidas no bairro saibam do início da doença são algumas das coisas que os familiares cuidadores podem fazer pelos pacientes”, aponta a terapeuta.
Adaptação não precisa ser traumática
É nesse ponto, o de ensinar como fazer que a doença faça parte do cotidiano dessas famílias sem que isso cause um impacto mais negativo que o necessário na rotina, que a ABRAz também foca. “O diagnóstico da Doença de Alzheimer já é impactante por si só. Aprender a lidar com essa adaptação à nova realidade pode ajudar a família a não ficar ainda mais ansiosa e estressada”, diz Viviane.
A formação de grupos de apoio, treinamentos e mesmo palestras com os diversos profissionais envolvidos com o tratamento – incluindo psicólogos, fisioterapeutas, médicos e terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos, enfermeiros e todos da área da saúde ou envolvidos com o envelhecimento – é importante. “O tratamento do Alzheimer é multidisciplinar, envolve diversos profissionais que colaboram com familiares, cuidadores e paciente para a manutenção de sua vida inclusa e participativa na família e na comunidade, mesmo com ajuda de terceiros”, lembra a especialista.
Tratamento medicamentoso deve começar assim que a doença for diagnosticada
Viviane Abreu indica ainda que apesar de todo trabalho, envolvendo o paciente e os familiares/cuidadores, não se deve descuidar do tratamento farmacológico. O tratamento com medicamentos começa assim que a doença é diagnosticada. É importante lembrar que o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, ou seja, envolve morte de neurônios.
“Dois tipos de medicação, dados em conjunto, são o que protegem o cérebro de perder mais rapidamente esses neurônios. Primeiro as medicações que agem sobre a manutenção da acetilcolina – neurotransmissor envolvido com a memória – e em segundo lugar os medicamentos que agem sobre os neurotransmissores gaba – cuja função é ajudar nas sinapses cerebrais”, explica Viviane.
Quanto mais rápido o início do tratamento medicamentoso, maior a expectativa de manutenção e de uso no dia a dia das funções cognitivas e por mais tempo. A reversão da doença, entretanto, ainda não é possível.
Mais informações
Para quem quiser se informar mais sobre o assunto e não pode participar dos grupos de apoio, a ABRAz está promovendo, gratuitamente, durante este ano, seis encontros virtuais, com a participação sempre de um cuidador familiar, um profissional da área de saúde e um médico, que permitem que o internauta faça perguntas e interaja com a equipe.
Após o evento, o programa continua acessível na internet para aqueles que não puderam estar presentes. Hoje, 21/9, às 21 horas, o tema a ser debatido será justamente Equipe Multidisciplinar. O site para acesso é www.cuidadoresnaweb.com.br.
===> Leia mais: http://www.oqueeutenho.com.br/11200/familia-deve-se-envolver-no-tratamento-da-doenca-de-alzheimer.html#ixzz2C19QUU5m
Olá Terezinha, minha avó também sofre de DA desde 2005 e fiz um blog para relatar os acontecimentos, agora que ela começou a passar para o estágio mais moderado da doença: http://ensaioalzheimer.blogspot.com.br/
ResponderExcluirAbs!
Obrigada minha querida por partilhar sua história, também passando adiante suas experiências através de seu Blog!
ResponderExcluirIsto é muito importante pra conhecimentos de muitas Famílias, quando são pegas de surpresa!
Beijuuuus
Com Carinho
Terezinha Oliveira